O papel da tecnologia no sonho da conquista da Copa do Mundo do Brasil

Com milhares de jogadores brasileiros atuando profissionalmente em todo o mundo, os analistas da seleção brasileira têm a difícil tarefa de rastrear e identificar os melhores talentos para a seleção, especialmente com uma Copa do Mundo no horizonte.


Neste artigo, conheceremos como os pentacampeões mundiais usam um conjunto completo de soluções tecnológicas para procurar jogadores, desenvolvê-los para a seleção nacional e trabalhar em prol da conquista da Copa do Mundo.

Por ter começado a carreira analisando as equipes de grandes clubes brasileiros como Corinthians e Atlético Paranaense, Bruno Baquete teve uma sólida formação antes de se tornar o analista de desempenho da Seleção Brasileira de Futebol a partir de sua participação na Copa do Mundo da FIFA de 2018 na Rússia.


A Seleção Brasileira Masculina, conhecida como a Seleção, trabalha em dois períodos principais na preparação para um torneio: a pré-convocação e durante as fases de convocação.

“Na pré-convocação, analisamos todos os nossos atletas, incluindo os que estão jogando fora e dentro do Brasil”, disse Baquete. “Basicamente analisamos os jogos nos estádios e usamos análises de vídeo para criarmos um banco de dados de vídeos que têm importância estratégica para nossos processos de seleção e desenvolvimento.

É particularmente útil durante esse período de pandemia, pois não podemos ir aos estádios. Na fase de pré-convocação, a análise de vídeo é uma ferramenta fundamental para a obtenção de imagens dos atletas sobre os quais discutimos.”

Ao analisar os jogadores a serem convocados para a Seleção, Baquete e seus parceiros precisam de evidências concretas que comprovem o valor de um jogador, em termos de seleção. É por meio das análises de vídeo que eles podem medir com eficácia os elementos específicos de desempenho que tornam um jogador adequado para a equipe.

“A primeira coisa é entender a estratégia e o modelo de jogo de nossa equipe, então podemos analisar e buscar informações estatísticas de um jogador com base nessas referências”, disse Baquete. “Por exemplo, se precisar de um jogador que completa muitos passes para frente, usarei nosso software para analisar e verificar um jogador com essas qualidades.

Quero um jogador que complete muitos passes para frente, mas que também passe com qualidade, e o vídeo me permite fazer uma análise mais completa, observando com precisão o desempenho do jogador também em termos de estratégia de posicionamento em campo.

Alguns jogadores que convocamos já jogam no esquema que queremos, enquanto para outros podemos usar a análise para criar um projeto em que mostramos diferentes esquemas e preparam o caminho para que aprendam como queremos jogar na seleção brasileira.”

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“Para os jogadores que temos interesse ao redor do mundo, guardamos todas as informações em nosso banco de dados usando a API Wyscout, e dentro da plataforma temos as informações para gerar um relatório personalizado para analisar o que precisamos desses atletas”.
Bruno Baquete - Analista de desempenho, CBF Brasil

O compartilhamento de imagens e dados ficou mais rápido e a tecnologia está nos levando nessa direção. Mas o que já era um desafio no passado, torna-se ainda mais desafiador com o ritmo acelerado de tudo, pois temos que filtrar rapidamente todos os dados que estamos recebendo.

É um desafio contínuo cada vez maior. Estamos recebendo mais dados, mais rapidamente. A API Wyscout nos permite criar filtros cada vez mais poderosos para que possamos obter os dados de que precisamos mais rapidamente.”

A Seleção combina todas as suas soluções de vídeo e dados de alto desempenho em uma plataforma integrada. A conectividade do Hudl Pro Suite permite que o Baquete conecte os fluxos de trabalho perfeitamente em um intervalo de tempo mais curto. Isso é crucial em preparações de seleções nacionais, pois o período de tempo em que jogadores e treinadores permanecem juntos em campo é limitado.

“Anteriormente, com a seleção, tínhamos várias ferramentas e ficávamos alternando de uma ferramenta para outra para fazer a análise. O problema era que não havia interoperabilidade”, disse Baquete. “Antigamente armazenávamos tudo em um lugar e exportávamos para outro. Agora, com tudo integrado, todo o nosso fluxo de trabalho ficou mais fácil, pois quanto mais conectividade, melhor.

O calendário mundial do futebol está repleto de partidas entre os clubes, e temos pouco tempo para gerar uma análise completa com a seleção nacional, por isso precisamos ter uma solução integrada para transmitir as informações o mais rápido possível.”

Por exemplo, os analistas da Seleção podem usar a plataforma Pro Suite para baixar a filmagem da partida do Wyscout, codificar a filmagem no Hudl Sportscode e exportar para o Hudl ou o Studio para fazer animações e gráficos.

“Com a chegada do Studio, agora podemos fechar o ciclo do nosso fluxo de trabalho de análise”, disse Baquete. “Queremos integração e velocidade no ambiente da seleção nacional, é extremamente importante podermos simplesmente pegar um vídeo, adicioná-lo ao software, adicionar designs e retornar ao organizador, tudo em uma única plataforma.

Outro ponto importante no Studio é a automação quando extraio o relatório do jogo que automaticamente traz o nome do atleta junto com seu número de jogador conectado ao design.

Não preciso copiar o nome, inserir o número do jogador, pesquisar o relatório do jogo, verificar se ele jogou ou não, está tudo lá automaticamente. São detalhes importantes que fazem a diferença, que agilizam o processo.”

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“Os analistas da Seleção podem usar a plataforma Pro Suite para baixar a filmagem da partida do Wyscout, codificar a filmagem no Hudl Sportscode e exportar para o Hudl ou o Studio para fazer animações e gráficos.”
Bruno Baquete - Analista de desempenho, CBF Brasil
Todos os caminhos levam à Copa do Mundo da FIFA de 2022 no Catar para a Seleção, e o uso estratégico de vídeo e dados para informar a seleção na competição será um (enorme) fator de contribuição para o provável sucesso da equipe. Baquete conhece bem este ambiente, pois será sua segunda campanha em uma Copa do Mundo.

“Tive a oportunidade de trabalhar na última Copa do Mundo e vi como é difícil, porque cada time se prepara muito, são as melhores seleções do mundo e o campeonato é curto”, explicou Baquete. “Quando se chega à fase de mata-mata, temos 90 minutos para decidir sobre cada pequena parte do trabalho que fizemos nos últimos quatro anos, então cada detalhe é importante.

Nossa área é importante para obter as melhores informações a fim de gerar as análises qualificadas. Mas no final, o grande protagonista é o atleta. Fornecemos os dados aos treinadores para que possam criar todos os processos para ajudar os atletas a se sentirem bem, a estarem na melhor forma e a tomarem as melhores decisões.

Sempre falamos sobre como o fator humano é importante, o Tite defende muito isso, o fator humano envolvido em todo o processo. Procuramos sempre transferir os dados, informações e análises para incluir também o fator humano, o que é fundamental para que se sintam bem no ambiente de equipe.

Espero poder contribuir para o nosso grande objetivo. Todos nós, brasileiros, queremos esse título. Estamos buscando isso, tentando melhorar a cada dia.

Nosso sonho é participar da próxima Copa do Mundo e competir e conquistar o direito de sermos campeões.”

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